Dicas e sugestões para uma alimentação saudável

Sabe o que é a desnutrição?

Numa época do ano em que grande parte da população decide fazer "dietas loucas", saiba como isso pode colocá-la em risco de desenvolver uma patologia.



De acordo com vários estudos científicos, estima-se que 10% da nossa população, ou seja, mais de um milhão de portugueses esteja em risco de desnutrição. Esta patologia surge quando as necessidades de proteínas e calorias não são asseguradas pela alimentação, resultando numa perda de peso rápida e disfunção de órgãos. Não deve ser, portanto, confundida com o termo ”malnutrição”, que significa um desequilíbrio, quer por excesso, quer por defeito de nutrientes.

De forma a saber um pouco mais sobre esta patologia, a nutricionista Telma Valente, responsável pela área de nutrição entérica na Fresenius Kabi, esclarece todas as dúvidas possíveis sobre desnutrição.
Quais os principais sintomas?
Os primeiros sinais de desnutrição podem manifestar-se por fadiga muscular, queda de cabelo, unhas quebradiças, aumento da predisposição a infecções e, consequentemente, da morbilidade e mortalidade.
Quais as causas?
Factores como a idade, isolamento e depressão estão associados ao risco de desnutrição. Todos eles levam à perda de peso, que está ligada à perda de massa muscular e massa gorda.
Quais são as consequências?
A doença, por si só, pode desencadear a diminuição da ingestão alimentar, má absorção, perdas de nutrientes e aumento de metabolismo basal. Nas crianças, o atraso no crescimento, distúrbios associados à deficiência de vitaminas e minerais, aumento da gravidade e duração de doenças nutricionais e infecciosas podem ser consequência de desnutrição.
Como é realizado o diagnóstico?
Através do historial clínico e alimentar (ingestão alimentar, presença de vómitos, diarreias, anorexia e perda de peso rápida nos últimos seis meses) e de um exame físico (fraqueza, apatia, cabelo e unhas quebradiços). São métodos simples e úteis, que devem ser realizados com a maior brevidade, para impedir o agravamento do estado de desnutrição e permitir o inicio atempado da terapêutica adequada.




É possível sermos desnutridos e não sabermos?
Sim, é possível. Por um lado, a busca por um corpo perfeito pode levar-nos a dietas desequilibradas, que provocam desnutrição. Por outro, existem também alguns idosos ou doentes, que não fazem refeições completas e precisam de alguém que olhe por eles. O que infelizmente se verifica é que quem os acompanha prefere dar-lhe farinhas instantâneas, que, para além de serem desequilibradas, tornam a alimentação monótona, agravando o estado da doença.
Qual a faixa etária mais afectada?
São os idosos. Contudo, são os doentes oncológicos, com doenças hepáticas, pancreáticas, de Crohn e em diálise, que estão expostos a um maior risco de desnutrição. Alem disso, também a população diabética carece de uma alimentação adequada ao seu perfil.
Como evitar a desnutrição?
A melhor forma de evitar a desnutrição é controlar o peso de forma saudável. Assim, se pretende perder peso, deve consultar um nutricionista ou dietista. Mas se perdeu peso de forma involuntária, consulte o seu médico, para despiste de alguma patologia.

Tratar situações de risco
De acordo com Telma Valente, "numa primeira abordagem, deve estimular-se o doente a comer pela própria mão uma alimentação tradicional adequada. Quando nao consegue terminar as refeições ou há uma recusa total da alimentação, esta deve ser reforçada com suplementos nutricionais orais". Neste tipo de produtos, encontram-se soluções com diversos nutrientes, que permitem escolher a fórmula adequada aos doentes com limitações no tubo digestivo e podem ser utilizados como nutrição completa ou como suplemento nutricional. "Sempre que possível, a nutrição entérica por via oral deve ser considerada como primeira opção, evitando a nutrição por sondas ou gastrectomias, que se tornam invasivas e, inevitavelmente, desconfortáveis" aconselha a nutricionista. Fonte: Maria - www.impala.pt